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domingo, 20 de novembro de 2011

Meu ideal seria escrever

Rubem Braga

E quando todos me perguntassem -- "mas de onde é que você tirou essa história?" -- eu responderia que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a contar assim: "Ontem ouvi um sujeito contar uma história..."
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E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a minha história  em um só se gundo, quando pensei na tristeza daquela moça que está doente, que sempre está doente e sempre está  de luto e sozinha naquela casa cinzenta de meu bairro
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Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está doente naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar e dissesse -- "ai meu Deus, que história mais engraçada!". E então a contasse para a cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para contar a história; e todos a quem ela contasse rissem muito e ficassem alegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa, enlutada, doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio riso, e depois repetisse para si própria -- "mas essa história é mesmo muito engraçada!".  
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E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a um persa, na Nigéria, a um australiano, em Dublin, a um japonês, em Chicago -- mas que em todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu encanto surpreendente; e que no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e muito velho dissesse: "Nunca ouvi uma história assim tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi com certeza algum anjo tagarela que a contou aos ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do céu que se filtrou por acaso até nosso conhecimento; é divina".
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Que nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera a minha história chegasse -- e tão fascinante de graça, tão irresistível, tão colorida e tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria; que o comissário do distrito,
depois de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados e também aqueles pobres mulheres colhidas na calçada e lhes dissesse -- "por favor, se comportem, que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!". E que assim todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes em alegre e espontânea homenagem à minha história.

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Que um casal que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido com a mulher, a mulher bastante irritada com o marido, que esse casal também fosse atingido pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má vontade, tomasse conhecimento da história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdida de estarem juntos. 


A professora Jacqueline Andrade nos entregou o texto de Rubem Braga, com sua estrutura desorganizada e solicitou que a turma organizasse o texto na sua ordem correta. Abaixo segue o texto na sua estrutura original.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Meu ideal seria escrever (em ordem)


 Rubem Braga
                   
 Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está doente naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar e dissesse -- "ai meu Deus, que história mais engraçada!". E então a contasse para a cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para contar a história; e todos a quem ela contasse rissem muito e ficassem alegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa, enlutada, doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio riso, e depois repetisse para si própria -- "mas essa história é mesmo muito engraçada!".                                     
Que um casal que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido com a mulher, a mulher bastante irritada com o marido, que esse casal também fosse atingido pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má vontade, tomasse conhecimento da história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdida de estarem juntos.
Que nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera a minha história chegasse -- e tão fascinante de graça, tão irresistível, tão colorida e tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria; que o comissário do distrito,
depois de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados e também aqueles pobres mulheres colhidas na calçada e lhes dissesse -- "por favor, se comportem, que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!". E que assim todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes em alegre e espontânea homenagem à minha história.                                     
E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a um persa, na Nigéria, a um australiano, em Dublin, a um japonês, em Chicago -- mas que em todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu encanto surpreendente; e que no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e muito velho dissesse: "Nunca ouvi uma história assim tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi com certeza algum anjo tagarela que a contou aos ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do céu que se filtrou por acaso até nosso conhecimento; é divina". 
E quando todos me perguntassem -- "mas de onde é que você tirou essa história?" -- eu responderia que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um  desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a contar assim: "Ontem ouvi um sujeito contar uma história...".
E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a minha história em um só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça que está doente, que sempre está doente e sempre está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta de meu bairro.


domingo, 2 de outubro de 2011

Quem somos



Sorriso encantador numa moldura de rosto angelical. Pele morena cor de jambo e dona de uma áurea limpissima. Adora a cor rosa. Sempre meiga e sincera. Basta um simples olhar seu para nos acalmar nos momentos que mais precisamos. Senhora de curvas invejáveis. Sinônimo de elengância!
Sim, por que o que seria das mulheres brasileiras se não fossem as gordinhas?!

Aline Matos


 
Com seus lindos cachos negros e longos, encanta quaquer um. Alegre e muito divertida é presença requisitada em quaquer evento. Todos querem essa morena de olhos amendoados por perto. Baladeira e festeira, está sempre tendo que escolher entre as atividades da faculdade e os muitos eventos que é requisitada, o que a deixa sempre com a sensação de que perdeu alguma coisa.

Catarina Alencar




 Pele e olhos claros, magrinha, e de espinhas no rosto, a cara de menina esconde uma mulher forte, que encara qualquer problema, por mais difícil e insóluvel que possa parecer. Uma figura engraçada por natureza, como quem está sempre de mudança, anda carregada de sacolas. É, roupa, escova, caderno, livro, marmita, merenda e notebook. Suas frases favoritas são:
Ah, eu quero ir para casa! Poxa, eu quero minha cama! Hum, isso é ruim! Que nojo!

Gabriele Lima







Alta, na cor branca com cabelos pretos e olhos castanhos. Uma colega que sempre chega com sorriso no rosto, dinâmica, divertida, muito especial e sempre preocupada com os que lhe rodeiam. É dificil perceber quando está triste pelo fato de sempre estar nos contagiando com seu carisma. É uma alegria todas as noites, estar na companhia dessa pessoa.


Nadjane Lourido







Uma pessoa muito especial que cativa todos ao seu redor. Com seu jeito calmo, meigo, sincero, otimista e prestativo de ser.
Alguém que temos certeza de que vai longe, de que seu futuro promete.




Tesse Trindade